A Importância do Setor de Agregados
11 de outubro de 2019Panorama do atual momento vivido pelo setor de agregados no Brasil
Como primeira matéria nessa coluna que tratará de vários assuntos pertinentes a este mercado, pensamos iniciar falando sobre a devida importância do setor de agregados.
É interessante verificar como um mercado tão importante quanto o de agregados, não é percebido como tal por grande parte das pessoas, inclusive por algumas que participam do setor mineral de alguma maneira.
Os motivos podem ser os mais variados, entre eles a condição específica de serem materiais de uso nacional com raio de ação limitado em função do custo do frete.
Aliás, este fato faz com que o setor de agregados seja muito pulverizado com plantas de menor porte distribuídas pelo território nacional, ou seja, é bastante descentralizado espacialmente e com grande quantidade de empreendimentos.
Provavelmente por isso, há uma frágil visibilidade como setor produtivo, comparado a outros produtos minerais de uso global, já que é necessária a soma de inúmeros produtores distribuídos no país, e não entra na balança comercial de minerais, não sendo um produto exportado.
O que se entende por agregados?
Os agregados minerais – basicamente areia, pedra britada e cascalho, em várias faixas de tamanho, são materiais granulares e inertes considerados os minerais mais consumidos no mundo.
Os agregados podem ser naturais ou artificiais. Os naturais são os que se encontram de forma particulada na natureza (areia, cascalho ou pedregulho) e os artificiais são aqueles produzidos por algum processo industrial, como as pedras britadas, areias artificiais, escórias de alto-forno e argilas expandidas, entre outros.
Agregados para a construção civil – é o termo utilizado no Brasil para identificar um segmento do setor mineral que produz matéria prima mineral (bruta ou beneficiada) de uso direto na indústria da construção civil, principalmente em obras de infraestrutura e edificações em geral.
Abaixo veja algumas curiosidades sobre consumo de agregados:
Principais utilizações dos agregados:
Números, panorama atual e perspectivas do setor
Se verificarmos alguns números disponíveis, veremos que o setor de agregados teve produção em 2014 de 745.000.000 de toneladas.
Só para se ter uma ideia da importância desse número, o principal produto mineral metálico do Brasil, o minério de ferro, teve produção de 400.000.000 no mesmo período e 421.350.000, em 2016.
Daí, pode se perceber que os agregados para a construção civil têm os maiores volumes físicos de comercialização dentre todos os produtos da indústria mineral.
Nos últimos anos, em função da situação econômica que estamos vivendo, houve uma queda importante nos números de produção já que os investimentos na área de infraestrutura e construção civil, principal fator que alavanca este setor, diminuíram muito.
Conversando com pessoas do setor, tanto de produção de agregados quanto de fornecedores de máquinas, equipamentos e componentes, se confirma a situação de redução drástica de produção nos últimos anos.
Há casos que chegam a 50% de redução para os produtores de agregados, só não sendo pior do que para as vendas das empresas fabricantes de equipamentos, que neste quesito, tiveram em alguns casos até 70% de redução nas vendas.
Isto é o reflexo da produção de agregados nacional de 2014, 745.000.000 de toneladas (como já citamos anteriormente), que teve uma queda acentuada para 416.000.000 de toneladas em 2016, aproximadamente 44% menor.
Em função desta queda brusca, grande parte do setor está trabalhando para minimizar os custos de produção, trabalhando praticamente só para repor estoques reguladores.
Os volumes de produção de agregados em 2014 refletem em parte a demanda necessária para as obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Rio de Janeiro, tanto que em 2013 a produção foi praticamente a mesma de 2014 com pequena redução de 0,5% nesse ano.
Na sequência, veja o gráfico a representação da produção de agregados em comparação a de minério de ferro no período entre 2014 e 2016:
Não se espera o retorno de produção nos níveis de 2014, sem que haja um investimento da magnitude que tivemos nesse período, mas o setor está preparado e tem toda a capacidade para retomar sua posição de liderança na produção de bens minerais.
Para tanto basta a melhoria da situação política e econômica que permita a volta do investimento em infraestrutura e programas habitacionais, por exemplo, de uma maneira constante. Confiemos!
Fontes: IBRAM, ANEPAC, FIESP, DNPM, FIPE/USP
Carlos Trubbianelli
Autor do livro: Como Vender Mais e Melhor — Editora Letramento
*Matéria escrita para a revista agregados online
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